Fábrica de Arte Marcos Amaro

CONECTE-SE

Educativo /

No dia 18 de outubro foi realizado o módulo VIII do Curso Museu-Escola 2025 com o tema “36° Bienal de Arte de São Paulo – Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”.

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O Centro Cultural Fábrica São Pedro e o Museu Fábrica de Artes Marcos Amaro, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo pelas Diretorias de Ensino de Itu e Sorocaba, o Centro Universitário N. Sr.ª do Patrocínio – CEUNSP e a Prefeitura de Itu; com apoio do Grupo Gastronômico La Primola e da Fundação Bienal Internacional de Artes de São Paulo, promoveram, no 18 de outubro, o Curso Relações Museu-Escola 2025 – MÓDULO VIII: 36º BIENAL DE ARTE DE SÃO PAULO – NEM TODO VIANDANTE ANDA ESTRADAS – DA HUMANIDADE COMO PRÁTICA.

Os conteúdos, desta aula foram ministradas pelos arte-educadores Prof. Dr. Emerson Ribeiro Castilho – Diretor Programa Educativo do Museu FAMA, e a Prof.ª Ms. Sonia Leni Chamon – Docente do CEUNSP, e com participação especial do Sr. Renato Lopes, Assessor de Educação da Fundação Bienal de São Paulo.

A Bienal de Artes de São Paulo é uma exposição de arte contemporânea realizada desde 1951 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. É um dos eventos de arte mais importantes do mundo e a maior exposição de arte do hemisfério sul. A entrada é gratuita e a programação inclui obras de diversos artistas, curadoria de qualidade e uma extensa programação paralela com debates, palestras e outras atividades.

Intitulada “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, a edição é conduzida pelo curador geral Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung com sua equipe de cocuradores composta por Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza, além da cocuradora at large Keyna Eleison e da consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus. A mostra se inspira no poema enigmático da poeta afro-brasileira Conceição Evaristo, “Da calma e do silêncio”.

A proposta central dessa Bienal é repensar a humanidade como verbo, uma prática viva, em um mundo que exige reimaginar as relações, as assimetrias e a escuta como bases de convivência a partir de três fragmentos/eixos curatoriais. A metáfora do estuário – local onde diferentes correntes de água se encontram e criam um espaço de coexistência – guia o projeto curatorial, inspirado nas filosofias, paisagens e mitologias brasileiras. Tal conceito reflete a multiplicidade de encontros que marcaram a história do Brasil e propõe que a humanidade se una e se transforme por meio de uma escuta atenta e da negociação entre seres e mundos distintos.

Esta edição da Bienal de São Paulo está estruturada como um projeto de pesquisa que irá se manifestar em três fragmentos/eixos. O primeiro fragmento/eixo curatorial defende reivindicar o espaço e o tempo, busca desacelerar e prestar atenção aos detalhes e outros seres que constituem nosso ambiente. Situando-se dentro do poema “Da calma e do silêncio”, de Conceição Evaristo, esse eixo evoca a importância de explorar os mundos submersos que apenas o silêncio da poesia e a escuta poética podem acessar, acolhendo as diferenças e sugerindo uma reconexão com a natureza e suas sutilezas.

No segundo fragmento/eixo, a Bienal convida o público a se ver no reflexo do outro. A proposta é questionar o que vemos quando olhamos para nós mesmos e para os outros, confrontando as barreiras e fronteiras de nossas sociedades. Esse fragmento se baseia no poema “Uma consciência florescente para os outros”, do poeta haitiano René Depestre, e explora a interconectividade das experiências, propondo uma coexistência mais atenta às necessidades coletivas.

Por fim, o terceiro fragmento/eixo se debruça sobre os espaços de encontros – como os estuários são espaços de múltiplas convergências, não apenas da água doce com a salgada, mas também o encontro do chamado Novo Mundo com as pessoas escravizadas sequestradas da África. Esse fragmento reflete sobre a colonialidade, suas estruturas de poder e suas ramificações em nossas sociedades atuais. Essa reflexão é baseada no movimento manguebit e em seu manifesto “Caranguejos com cérebro”, entendido como uma representação do cérebro social coletivo. A história do Brasil, marcada pela fusão de povos indígenas, europeus e africanos escravizados, é um microcosmo das assimetrias de poder que ainda persistem. Nesse sentido, a exposição explora como as culturas e as sociedades lidam com essas diferenças e criam novos caminhos de coexistência e beleza, como manifestado em “A beleza intratável do mundo”, de Patrick Chamoiseau e Édouard Glissant.

O Programa Educativo do Museu FAMA segue no compromisso de cooperação na formação de professores, promovendo diálogos, vivências e aproximações culturais, cumprindo com a democratização da cultura brasileira.

Fotos por: Arthur Rodrigues, Rafaela Mattos e Talles Oliveira

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