Fábrica de Arte Marcos Amaro

EXPOSIÇÃO / passada

A Verdade Sobre a Nostalgia

Renato Gosling se apropria de um trabalho paralelo e sinérgico ao mundo contemporâneo através de micro-narrativas e gatilhos para os espectadores terem suas sensações e experimentações.

No mundo atual onde o 140 caracteres predomina, Renato descarrega toda sua inquietude e ansiedade em objetos e fotos que transmitem o cotidiano popular Brasileiro, recorrendo a infância e memória afetiva.

A verdade sobre a nostalgia (2024) é um recorte da produção de Renato Gosling sobre o imaginário de um Brasil possível. Com referência na pop art, Renato se apropria de objetos promovendo um deslocamento onde evoca tanto memórias afetivas, de infância, da escola, da casa, da rua enquanto propõe uma reflexão crítica sobre a nostalgia.

Em um experimentalismo intuitivo do artista e do visitante, a série Giz, nos leva para salas de aula que ainda os usam, mesmo demonstrando certa precariedade em meio à era de novas tecnologias de comunicação, não há uma banalização em forma de ataque, visto que o objeto riscante cumpre seu papel.

O Jogo de amarelinha de lentes de semáforos age com dupla significância, cores indicam momentos em que se pode ou não andar, algo tipicamente adulto, mas a forma da brincadeira infantil nos deixa tentados a desafiar o sistema e pular metaforicamente de uma “casa” para a outra em um pé só, testando nosso equilibrio e com o único propósito de chegar até o final e retornar sem “pisar na linha”. Um aprendizado também de amadurecimento.

A série com os fósforos, dois objetos de chão, Gude e Peões, e os Skates nos permitem uma reflexão sobre a brincadeira. Por que paramos de brincar? Emoldurados, ou vistos como esculturas perdem o significado de brincadeiras e ganham o status de retrato de uma época idealizada para alguns, imaginada para outros, inexistente para muitos.

Toda a mostra caminha na ambiguidade, para deslocar o espectador dos lugares confortáveis de sua memória, identificando-os de modo nostálgico e se aproveitando disso para que sejam feitas reflexões sobre o que há de ilusório nessas lembranças. Seria assim o passado algo tão bonito? E em se tratando de cotidiano, o presente está sendo belo? Ou se tornará belo apenas quando passar ao terreno da memória? Qual é, afinal de contas, a verdade sobre a nostalgia?

Curadoria Jhon Voese
Assessoria artística Nadia Guerrero Humberg
Representação Nata Art & Design

 

Acesse http://www.renatogosling.com.br para saber mais

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