EXPOSIÇÃO / passada
Choro Negro e Série Munch
A exposição reúne duas obras de Nuno Ramos: a instalação “Choro Negro” (2014) e “Munch” (2011), uma série de desenhos feitos por ocasião da morte de sua mãe. Juntos compõem um emaranhado de beleza e de luto.
Em “Choro Negro”, a resina natural breu derrete lentamente, ou “chora”, sobre esculturas-vitrines onde Nina Becker, Rômulo Froes e Clima interpretam, em três monitores, a canção “Hora da razão”, do compositor baiano Batatinha. A parte metálica das esculturas aquece por dentro, derretendo a resina sobre o vidro.
Na Série Munch, um conjunto de desenhos em tinta a óleo, carvão e folhas de ouro e prata sobre papel, a referência ao mundo espiritual do artista norueguês Edvard Munch encontra-se em toda a parte. Seu nome aparece escrito em todos os desenhos, como um elemento da paisagem.
Em sua expansão por materiais os mais diversos, que se traduzem uns aos outros enquanto conversam, sobrepõem-se ou se misturam, este conjunto de obras vai direto ao núcleo da poética de Nuno Ramos: um movimento em expansão que reúne o que parecia remoto, desconectado e incompatível, desde a matéria física até elementos da própria cultura: breu, vidro, cobre, papel, prata, ouro, canções.