Fábrica de Arte Marcos Amaro

EXPOSIÇÃO / passada

“Um Presente para Ciccillo”

Em 16 de novembro de 1953, numa festa em na casa de Oscar Pedroso d’Horta, foi oferecido a Ciccillo Matarazzo (Francisco Matarazzo Sobrinho) um presente muito especial. Um álbum reunindo quarenta e oito trabalhos, dos mais importantes artistas daquele período. Organizado por Pedroso d’Horta, o álbum tem uma capa dura que contém desenhos, aquarelas e gravuras, cada um deles fixado em uma prancha de papel 72,5 x 50,5 cm.

A homenagem, mais do que merecida, ocorreu em meio à atribulada realização da II Bienal Internacional de São Paulo, que iria ser inaugurada no dia 12 de Dezembro de 1953, antecedendo a abertura das comemorações do IV Centenário de São Paulo. O álbum reúne diferentes gerações de artistas, alguns já consagrados, outros a meio ou início de carreira e sua história começa nos anos 1940.

Entre 1947 e 1953, o Brasil viveu uma das fases mais intensas da vida cultural e artística do país. Foram criados nesse período: o Museu de Arte de São Paulo (1947), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1948), e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (1948). Os três eram na época, novos tipos de instituição para o país. Destes novos museus o que trouxe a mais importante contribuição para a arte moderna, naquele momento, foi o Museu de Arte Moderna de São Paulo fundado por Ciccillo Matarazzo e sua mulher, Yolanda Penteado.

Em 1951, como um evento exclusivo da programação artística do MAM-SP, Ciccillo criou a I Bienal Internacional de São Paulo, um marco na história da arte no Brasil. A II Bienal de São Paulo foi bem mais significativa do que a primeira, nela havia salas especiais de Henry Moore, Calder e Picasso, este representado por 51 obras, entra as quais “Guernica”. Considerada uma das mais importantes exposições coletivas que já ocorreram no mundo.

O critério de seleção dos artistas brasileiros foi, entretanto, alvo das mais acerbadas polêmicas. Ciccillo Matarazzo era o presidente da comissão encarregada da comemoração do IV Centenário e dirigia um exército de pessoas para coordenar a tempo os inúmeros festejos, a inauguração do Parque Ibirapuera, do Ballet do IV Centenário e de outras centenas de eventos. Sofria ainda com o prefeito Jânio Quadros, que não perdia a oportunidade de atacá-lo através da imprensa.

Acreditamos que, devido a todas essas pressões, Oscar Pedroso d’Horta, resolveu articular uma homenagem dos artistas, procurando dar a ela um caráter mais íntimo e carinhoso. Ciccillo foi convidado pelo amigo para um “uísque” e lá homenageado com uma festa surpresa e a entrega do presente.

O corpo principal do álbum é constituído de artistas que participaram da II Bienal de São Paulo. O conjunto reflete o período de transição pelo qual passava a arte brasileira. Há representantes do primeiro Modernismo, do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista, do Grupo dos 19, do Atelier Abstração, além de artistas do Ceará, Bahia e Minas Gerais. Estão também presentes artistas italianos, que aqui viveram por um certo período, e participaram da Bienal e do Ballet do IV Centenário.

A qualidade do conjunto torna este álbum muito especial. Raras vezes existe a oportunidade de encontrar um grupo de obras com um significado histórico tão relevante. Acreditamos que para Ciccillo Matarazzo, um homem dinâmico e sensível, este álbum teve um grande significado, maior do que as importantes medalhas e distinções que, ao longo da sua vida, recebeu do governo brasileiro e também de governos estrangeiros.

Denise Mattar
Curadora

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